2016: AMEAÇA E OPORTUNIDADE
* Efraim Lima

Em Janeiro saudamos com fogos o nascimento dele. Em junho ele será um senhor de meia idade e fatalmente morrerá em 31 de dezembro. Dizem os prognosticadores que precisaremos ter muito fôlego para acompanharmos o caminhar deste “ano da graça” de 2016.

Serão 365 dias ameaçadores sob vários aspectos, entre eles o aumento do desemprego e do subemprego, as complicações da crise política, o aumento da insatisfação popular, a carestia, a sem-vergonhice de alguns governantes, a crescente ocupação dos espaços públicos pelos nossos famintos, maltrapilhos e malcheirosos irmãos dominados pelas drogas; os efeitos da lama procedente de Mariana e de outras lamas tão corrosivas quanto!

Mas, apesar de tudo isto e das traições entre amigos e entre amantes, as crianças e os passarinhos continuarão cantando, os cães de estimação continuarão incondicionalmente fiéis aos seus donos, os dias e as noites continuarão se alternando, as águas continuarão rolando, os ventos continuarão soprando.

Os ponteiros dos relógios e a areia das ampulhetas continuarão nos lembrando de que o tempo escoa inexoravelmente.

Enquanto cada grão vai deslizando, nada podemos fazer para prolongar a vida deste ilustre personagem. Ele envelhecerá e finalmente morrerá em 31/12. No entanto nossas decisões oportunas e nossas ações perspicazes, inteligentes, consistentes e persistentes conseguirão extrair das muitas ameaças, algumas oportunidades. Isso vai fazer a diferença.

Ameaça e Oportunidade são os dois lados da mesma moeda chamada Crise. 

Natal com crise


* Efraim Lima


O Natal vem a cada ano, faz um rebuliço nas cidades, enternece o coração de todas as pessoas, esvazia os bolsos dos adultos e dá alguma alegria às crianças.

Natal é Natal, sempre em Dezembro de cada ano. Mas este Natal de 2015 está diferente.  Encontra nosso país mais confuso, mais triste, mais pobre, mais medroso, mais vulnerável. As brasileiras e os brasileiros estão com a voz embargada. As mesas serão menos fartas, os presentes serão lembrancinhas e os efusivos cumprimentos natalinos mais se assemelharão a lamúrias. Enfim, parece que nunca antes na história deste país tivemos um Natal como este. Ou tivemos?

Situação natalina mais ameaçadora, certamente, foi a que ocorreu naquele primeiro Natal nas campinas de Belém, com direito até a um massacre de crianças de dois anos para baixo (que barbárie!). Mas, faz tanto tempo! A gente se esqueceu.  O primeiro Natal ocorreu em plena crise.  Um cinismo politico justificava o autoritarismo dos poderosos sobre os povos dominados pelo Império Romano. Em meio àquela bagunça, nasce o indefeso - e também visado - menino Jesus.

De lá prá cá muita água rolou sob a ponte da história. Vivemos em um mundo tecnologicamente muito avançado, espichamos a expectativa de vida, encurtamos as distâncias e concebemos leis para desestimular a exploração de uns sobre os outros. Adquirimos um discurso holístico e humanístico, criamos o folclore natalino e congelamos no presépio o menino Jesus, hoje adulto, com mais de dois mil anos.

Tanto neste Natal de 2015 quanto no primeiro Natal, o evento não pede licença. Ele se impõe às nossas circunstâncias. Gostaríamos de arrumar a casa, de reparar as injustiças, de aproximar os beligerantes, de corrigir as distorções, de redistribuir as riquezas, mas nos distraímos com as coisas de menor importância, enquanto que, com nossas ações e omissões vamos acrescentando sofrimento ao sofrido mundo à nossa volta.

Hoje, com a perspectiva de mais de dois mil anos que também são mais de dois mil Natais, temos muito a aprender com o então menino que ocupou aquela manjedoura por algum tempo, para depois, como pessoa adulta, ser cravado numa cruz e ser depositado numa sepultura. Ele não está na manjedoura, não está na cruz e tampouco no túmulo que deixou vazio para sempre. Enquanto estava entre os homens ensinou pelo que fez e pelo que disse.

Neste mundo, ensinou Ele, vocês passarão por várias crises, mas tenham ânimo, eu venci o mundo (João 16:33).

Aí está a crise; aí está o Natal; aí está o ensino do “dono” do Natal.

Aqui estamos nós. Que baita inspiração e desafio! Tá na hora de levarmos a sério aquela máxima que costumamos usar para mobilizar as pessoas: “Crise é também oportunidade e não apenas ameaça”.

Desejo que este Natal de 2015 o ajude a vislumbrar as muitas oportunidades embutidas na atual crise. Tenha ânimo!

*Efraim da Silva Lima - Sócio de Excelência - Consultor e Facilitador


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